Teoricamente, o metaverso é uma tentativa de entrelaçar o mundo real com o virtual, criando uma camada entre eles e que interage com ambos, como se fosse uma camada “outra” que poderia concretizar um mundo Phygital, no qual existr a fusão dos mundos online e offline.
Em outubro de 2021 Mark Zuckerberg anunciou a alteração do nome da sua empresa mundialmente conhecida como Facebook para Meta.
A empresa, que engloba algumas redes sociais (Facebook, Messenger, Whatsapp, Instagram continuam com os mesmos nomes), passou a ter esse nome como referência ao metaverso. Este é um conceito que surgiu na década de 1970 que teve para si holofotes de todos os lugares do mundo, após o anúncio do Mark Zuckerberg. Ao explicar a mudança, o criador do Facebook salientou para o fato de que estamos perto de dar o próximo passo na jornada das conexões sociais.
Mas afinal, o que é o metaverso?
O conceito pode soar como disruptivo e futurista, mas a primeira vez que o termo apareceu foi em 1992, três décadas atrás, com o livro de Neil Stephenson intitulado como Snow Crash. Nas mais de 600 páginas do livro, o metaverso é descrito como uma espécie de realidade paralela, na qual é possível ser acessada através da tecnologia. Já existiram tentativas de levar esse conceito para a prática: um jogo conhecido como Second Life tentou introduzir a ideia no início dos anos 2000. Criado em 1999 e lançado em 2003, ele permitia aos usuários a criação de avatares e interação em tempo real em um único universo. Entretanto, a falta de infraestrutura tecnológica adequada impediu a plena implementação da proposta do jogo. O ambiente virtual imersivo proposto pelo metaverso apenas se tornará viável através de tecnologias avançadas, como: Realidade Virtual, Real e Aumentada, Óculos Inteligentes, Hologramas, etc. Sabemos que a tecnologia está avançando rapidamente e logo presenciaremos a abertura de um leque de possibilidades que não foram praticáveis no passado.
A tecnologia e imersão
A implantação dessa utopia depende diretamente do amadurecimento de algumas tecnologias, como o próprio 5G que falamos aqui (hyperlink com o texto sobre 5g que entrará no blog) – que será o alicerce para proporcionar uma revolução tecnológica.
Já estão sendo desenvolvida diversas novas tecnologias que ajudarão as pessoas a se conectarem no metaverso e a explorarem esse novo mundo da forma mais confortável e segura possível. Foto: Unsplash
A proposta do metaverso é tornar todas as esferas da vida das pessoas – saúde, entretenimento, trabalho, relacionamentos, estudos – para o digital, proporcionando experiências imersivas em todos os aspectos. De forma ideal todos serão capazes de fazer o que quiserem – encontrar amigos e familiares, ir a um encontro, trabalhar, participar de reuniões, estudar, se divertir, fazer compras – e também ter experiências completamente inovadoras que realmente não se encaixam na realidade como a entendemos e são ideias que ainda precisam ser amadurecidas.
As bases tecnológicas do metaverso
Como falamos anteriormente, para o metaverso de concretizar será necessária a criação e o desenvolvimento de tecnologias novas. Após serem testadas e avaliadas, algum dia poderão ser difundidas pela sociedade e se tornarão uma experiência mais acessível para todos. Mas por enquanto elas estão engatinhando junto a criação do metaverso, ambos sendo construídos com o foco nas interações sociais. Confira algumas das tecnologias envolvidas:
Realidade Virtual
A Realidade Virtual se refere a um ambiente tridimensional construído por meio de softwares no qual permite imersão total no ambiente simulado, incluindo efeitos visuais e sonoros. Para ter acesso a essa simulação da realidade, os usuários precisarão de alguns equipamentos tecnológicos.
Realidade Aumentada
A Realidade Aumentada leva o usuário para dentro do mundo virtual, tendo um papel oposto ao da Realidade Virtual. Ela permite que o mundo virtual seja misturado ao real, mas nesse caso nós poderemos “pular” para dentro do mundo virtual e interagir com objetos que antes estavam limitados à nossa imaginação.
Óculos inteligentes
Essa é uma tecnologia que a pessoa deverá “vestir”. Os óculos inteligentes são uma porta de entrada para o metaverso, permitindo a interação com o esse universo que estará ao redor. Eles são capazes de iludir o cérebro, fazendo com as imagens transmitidas não permaneçam estáticas em um único ponto, mas acompanhe completamente qualquer movimentação de quem está usando os óculos, fazendo com que o usuário possa ter uma visão única do ambiente virtual.
Blockchain, criptomoedas e NFT
A blockchain (banco de dados público e descentralizado), as criptomoedas e os NFTs dão suporte para o metaverso. Por meio deles, é possível movimentar valores e realizar o registro de propriedades virtuais. As criptomoedas são moedas digitais criptografadas que, por meio da tecnologia do blockchain – com o papel de armazenar os históricos de negociação de forma segura – trazem mais sigilo às suas transações. Já os NFT (sigla em inglês para tokens não fungíveis) são registros digitais – como fotos, vídeos ou modelos 3D – com valor atrelado, não divisível e não trocável. Todas as compras no mundo de realidade virtual são efetuadas através deles. É como se fosse uma moeda do metaverso, obtida através de uma criptomoeda.
O franchising vai ter espaço nessa nova realidade que está sendo construída?
O metaverso expandirá um novo universo de possibilidades e negócios para o varejo. As marcas estão testando um espaço nessa nova realidade, aproveitando ao máximo as novas tecnologias, mergulhando nos possíveis potenciais e criando seus minimetaversos que gerem novas experiências. Diante de uma tendência pulsante, é inevitável que muitas startups e franquias se questionem se conseguirão acompanhar o novo cenário e manter a seu negócio relevante em meio às novidades. Mas será possível, sim. Vamos a alguns exemplos: No Brasil, tivemos O Boticário como a primeira marca brasileira a criar uma loja no game Avakin Life, onde os jogadores podem resgatar prêmios em itens da marca e pedir ajuda a uma consultora virtual para entender mais sobre ativações no jogo. Em menos de um mês, a loja recebeu 9 milhões de visitas. Já a Pantys se tornou a primeira marca de moda brasileira a entrar no mercado das NFTs para construir uma coleção de conteúdos para o universo feminino no metaverso. Diante deste contexto, no NRF (National Retail Federation) deste ano, evento no qual a ABF (Associação Brasileira de Franchising) sempre se faz presente, o metaverso foi amplamente discutido. No ano de 2021, o conceito sequer foi levantado. Para a inclusão e expansão de redes de franquias, o metaverso também traz possibilidades muito interessantes: novas oportunidades para compradores e vendedores se conectarem de novos jeitos, proporcionar a vivência das marcas sem os custos do mundo físico, mas sem perder o contato com a realidade material. Ainda no contexto dessa expansão, podemos pensar nas vendas de franquias no metaverso. Até o momento, existem empresas que já compraram terrenos. Também temos exemplos de marcas que vendem produtos virtuais com investimentos reais.
As franquias podem entrar nessa, por que não?
Precisaremos de capacitações e treinamentos para nos inserir nessa realidade. Não é apenas uma questão de acessibilidade, mas necessitamos estar familiarizados e confortáveis para usar as novas tecnologias. Foto: Unsplash
O novo mercado que se desvenda aos poucos é repleto de transformações, mudanças e incertezas. Os desafios não são pequenos e em pouco tempo, precisamos nos encontrar dispostos a utilizar toda a nossa capacidade de adaptação.